Itapema
Psicologa em Itapema Psicologa em Itapema Psicologa em Itapema


Você sabe o que é emoção? O que a difere dos sentimentos?

Porque nos emocionamos?

As funções cognitivas são aquelas que nos possibilitam conhecer o mundo, tanto o mundo externo quanto o próprio mundo do sujeito ou mundo interior. Como exemplo dessas funções, temos: a memória, o pensamento, o raciocínio, as percepções.

As funções afetivas são aquelas que expressam a suscetibilidade experimentada pelo ser humano perante  determinadas alterações que acontecem no mundo exterior ou em si próprio.

Veja que nos afetos há um caráter subjetivo, definido quando dizemos ser uma suscetibilidade o que o ser humano experimenta. Assim, na maioria das vezes, só podemos saber da existência de um afeto se a pessoa nos contar, porque é ela quem está experimentando.

Finalmente, as funções volitivas são aquelas que dizem respeito aos comportamentos exteriorizáveis, objetivos, que resultam em movimentos corporais, gestos, mímica, expressões faciais. Claro que essa “partição” da mente é um recurso meramente didático; cada um dos componentes das funções interage e se liga uns com os outros. Assim, por exemplo, se me ocorre uma lembrança triste (função cognitiva), passa a surgir dentro de mim um sentimento de tristeza (função afetiva), que pode vir a se traduzir por expressões faciais como o choro (função volitiva). Nunca é demais lembrar que corpo e mente são partes indivisíveis.

Reações orgânicas que podem acompanhar as emoções são: riso, choro, lágrimas, tremor, expressões faciais. As reações emocionais geralmente fogem ao nosso controle. Muitas vezes, podemos “segurar” um pouco, mas alguma alteração orgânica vai ocorrer conosco internamente. Quando “seguramos o choro”, sentimos a garganta apertada, por exemplo.

O importante é entender que as emoções são descargas de tensão do organismo que precisam ser liberadas, uma vez que significam a necessidade de adaptação, do retorno ao equilíbrio e a homeostase. Infelizmente, nossa cultura estimula a repressão delas. É mais do que comum aprendermos, por exemplo, que “homem que é homem não chora”.

Os estudiosos dessa área concordam que existe um conjunto de emoções que são primárias, ou seja, são observáveis praticamente desde o nascimento, e que parecem estar ligadas às necessidades instintivas de sobrevivência. São elas: o medo, a cólera e a alegria. Por outro lado, algumas outras emoções são aprendidas ao longo da vida: o amor, a tristeza, a paixão, o desprezo, a vergonha, a surpresa.

A expressão das emoções também é aprendida, ou seja, respondemos às emoções da maneira que nossa cultura nos “ensinou”, dependendo do tipo de situação em que nos encontramos, da idade ou do sexo.

Os sentimentos diferem das emoções por serem menos intensos, mais duradouros e não serem acompanhados de manifestações orgânicas intensas. Mas, os mesmos nomes que usamos para designar as emoções podemos usar também para os sentimentos. Por exemplo, o amor pode começar como uma forte emoção e ao longo do tempo ir se transformando em sentimento mais estável e duradouro. Um exemplo interessante de sentimento é a amizade, uma vez que é um estado que vai se construindo ao longo do tempo, numa intensidade que não é refletida fortemente no organismo.

Acredita-se que o ser humano tem seis emoções básicas: felicidade, tristeza, medo, surpresa, raiva e nojo. Qualquer homem no mundo as demonstra com expressões faciais quando as sente, não tem jeito. Mas, na verdade, podem ser apenas quatro. Uma nova pesquisa feita pelo Instituto de Neurociência e Psicologia da Universidade de Glasgow, na Escócia, sugere que medo e surpresa e raiva e nojo são sentimentos tão parecidos que podem ser interpretados como um só. Os cientistas escoceses observaram as expressões faciais e as emoções que as causam, ao mostrar para pessoas algumas animações. Os sujeitos tinham de fazer caretas de acordo com cada uma das seis emoções básicas. O que eles perceberam, então, é que as expressões de raiva e nojo são muito parecidas em seus primeiros estágios, ambas fazem com que a pessoa enrugue o nariz. Assim como medo e surpresa, que a fazem erguer as sombrancelhas.

Por outro lado, o professor americano Robert Plutchik tentou mapear este universo complexo. O trabalho dele deu origem à chamada Roda de Emoções, uma estrela de oito pontas, na qual cada uma dessas representa um sentimento primário com pares opostos: alegria e tristeza, raiva e medo, confiança e desgosto, antecipação e surpresa.

A união de duas pontas imediatas da estrela forma a chamada díade, uma dupla primária que resulta em um terceiro sentimento. Por exemplo: a união da alegria com a confiança dá origem ao amor. Raiva e nojo podem levar ao desprezo; êxtase e terror tendem à admiração, e por aí vai. Já no caso em que os sentimentos então em duas pontas entremeadas por uma terceira, estamos diante da denominada díade secundária. Tristeza e raiva resultariam em inveja. Raiva e alegria juntas podem ser a presença certeira do orgulho. Mas, se duas pontas da estrela da Roda das Emoções estão separadas por outras duas, essa conjunção é chamada de díade terciária. Tristeza e antecipação teriam origem no pessimismo. Medo e antecipação inspirariam a ansiedade.

 

                                                                    Fonte: Plutchik, 2018

Deveras, é um assunto complexo e ainda muito a ser estudado. Mas o que pode se afirmar é que quem conhece bem suas emoções, as identifica, tende a lidar melhor com as situações adversas e maior compreensão com seus sentimentos.

Fonte: Psicologia e Educação, 2007

Neufeld, C. B. & Stein, L. M. (2001). A compreensão da memória segundo diferentes perspectivas teóricas. Revista Estudos de Psicologia, 18(2), 50-63.

Nie, N. H., Hull, C. H. & Bent, D. H. (2003). Statistical package for social sciences (Versão 12.0) [Software computacional]. São Paulo, SP: SPSS Inc.

Pergher, G. K., Stein, L. M. & Wainer, R. (2004). Estudos sobre a memória na depressão: achados e implicações para a terapia cognitiva. Revista de Psiquiatria Clínica, 31(2), 82-90.

Pergher, G. K., Grassi-Oliveira, R., Ávila, L. M. & Stein, L. M. (2005). Memória, humor e emoção. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 28(1), 5-12.


Compartilhe esta página!