No Brasil, 76 milhões de homens e mulheres têm problemas para dormir. Deles, 22,8 milhões são insones crônicos, quando a tortura de não pregar os olhos (apesar do sono) se repete três vezes por semana, por, no mínimo, três meses. Até recentemente a grande esperança da medicina contra as noites em claro concentrava-se, sobretudo, nos remédios. O tratamento com medicamentos tem eficiência comprovada e os inevitáveis efeitos colaterais. Por essa razão, ganha espaço nos consultórios médicos o uso da terapia cognitivo-comportamental (TCC) para o controle da insônia. Boa parte das pessoas tem insônia não por ser vítima de algum desequilíbrio químico no cérebro, mas simplesmente por estar condicionada a dormir errado. O objetivo da TCC é, por meio de mudanças de hábitos, reprogramar o cérebro para ensiná-lo a adormecer. “Os estudos mais recentes mostram que, a longo prazo, a terapia muitas vezes é mais eficaz do que os medicamentos”, diz o neurologista Leonardo Goulart, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Nos Estados Unidos, desde 2005 a TCC passou a ser considerada também o tratamento-padrão para a insônia.