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O relacionamento conjugal vem recebendo grande atenção da psicologia nas últimas décadas. Os estudos publicados englobam desde teorias e modelos sobre a satisfação conjugal e teorias do amor (Falcke, Diehl & Wagner, 2002; Lee, 1976; Rubin, 1970), até investigações empíricas que associam o amor a variáveis como história familiar (Donnellan, Larsen-Rife & Conger, 2005) e bem-estar subjetivo (Kim & Hatfield, 2004).

A Teoria Triangular do Amor (Sternberg, 1986) caracteriza esse sentimento com base em três componentes: intimidade, paixão e decisão/compromisso, que formam os vértices de um triângulo. Sternberg define intimidade como a presença de felicidade, respeito, entendimento mútuo, capacidade de entregar-se, apoio emocional, comunicação e valorização. Interações baseadas isoladamente nesse componente caracterizam relações semelhantes à amizade. A paixão diz respeito à atração física e sexual, à vontade de estar junto e ao romance, indicando uma união com grande excitação. Decisão/compromisso, por sua vez, está relacionado à decisão de amar e à vontade de que a relação se mantenha em longo prazo. Quando isolado, revela um relacionamento que tende a durar, mas principalmente pela influência de fatores externos, pois a paixão e a intimidade não estão presentes. Esse tipo de união também é chamado de amor vazio (Sternberg, 1986, 1997).

A presença dos três componentes estabelece o amor pleno, enquanto a junção de dois deles indica outras formas de amar. A combinação entre intimidade e paixão, chamado de amor romântico, significa que mesmo próximo e desejando estar junto, o casal não tem a certeza de que isso será possível. Intimidade e decisão/compromisso (companheirismo) fazem com que os parceiros permaneçam unidos mesmo após o término do desejo sexual. Por fim, a paixão com decisão/compromisso (amor factual) é como o amor à primeira vista, no qual existe a atração física e a vontade de permanecer juntos mas o casal ainda não desenvolveu intimidade (Sternberg, 1986, 1997).

Alguns estudos sugerem que aspectos do amor contribuem para a satisfação com o relacionamento. Karwowski-Marques (2008), por exemplo, sugeriu que a percepção de intimidade de um dos cônjuges influencia a satisfação do outro. Complementariamente, Hernandez e Oliveira (2003) indicaram que aspectos relacionados à intimidade, comunicação, confiança e excitação física foram os preditores mais fortes de satisfação conjugal. Tais estudos corroboram o de Sternberg (1989), uma vez que o autor estabelece que a intimidade é o maior preditor de satisfação no relacionamento.

A satisfação conjugal, por sua vez, é definida por alguns autores como a avaliação que o próprio sujeito faz sobre o seu relacionamento e os ganhos que ele tem com esse (Wachelke, Andrade, Cruz, Faggiani & Natividade, 2004). Essa avaliação depende, dentre outros aspectos, da história romântica do indivíduo, de modo que suas experiências passadas são modelos de comparação e influenciam suas expectativas sobre o relacionamento presente (Bystronski, 1995). Dessa forma, a satisfação possui variações durante a história dos relacionamentos, não se apresentando, portanto, de maneira estagnada (Olson, 2000).

Referências

  • Olson, D. H. (2000). Circumplex model of marital and family systems. Journal of Family Therapy, 22, 144-167.
  • Sternberg, R. J. (1986). A triangular theory of love. Psychological Review, 93, 119-135.
  • Sternberg, R. J. (1989). El triangulo del amor: intimidad, passión y compromisso Barcelona: Paidós.
  • Sternberg, R. J. (1997). Construct validation of a Triangular Love Scale. European Journal of Psychology, 27, 313-335.
  • Vasconcelos, S. J. L. & Hutz, C. S. (2008). Construção e validação de uma escala de abertura à experiência. Avaliação Psicológica, 7(2), 135-141.
  • Wachelke, J. F. R., Andrade, A. L., Cruz, R. M. Faggiani, R. B. & Natividade, J. C. (2004). Medida da satisfação em relacionamento de casal. Psico-USF, 9(1), 11-18.
  • Wachelke, J. F. R., Andrade, A. L., Souza, A. M. & Cruz, R. M. (2007). Estudo complementar da validade fatorial da Escala Fatorial de Satisfação em Relacionamento e predição de satisfação global com a relação. Psico-USF, 12(2), 221-225.

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