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No livro Por um Fio de Dráuzio Varela, fica claro que todo mundo vai enfrentar a finitude da existência. Pensar em arrependimentos antes da morte é muito cruel segundo Ana Cláudia Quintana Arantes, então é interessante que todos pensem nos arrependimentos antes de ter um diagnóstico que ameace a continuidade da vida. Mas se você estiver com uma doença grave, não vai ser arrependimento, e sim, lamento. Então, vamos pensar em projetos daqui para frente?

As pessoas têm dificuldade para falar sobre a morte devido a uma dificuldade de lidar com a percepção da vida, de valor e significado. Assim, o adiamento das nossas prioridades, da nossa lucidez frente ao que realmente importa ser vivido no tempo em que a gente está por aqui é algo que dificulta muito conversar sobre a morte. Existe um tabu de que falar sobre a morte é ruim e dá azar, vai antecipar os fatos, mas o que está acontecendo é uma incapacidade de lidar com a vida. E falar sobre a morte te coloca de frente com o que faz sentido na sua vida e isso é muito difícil. As pessoas estão com medo de  tomarem providências compatíveis  como compromisso e responsabilidade de uma vida digna, boa de ser vivida, então dizem que têm medo da morte, mas a buscam da maneira mais estúpida possível. E assim, defende-se tudo na vida, menos o tempo e perdem tempo com relações abusivas, em trabalhos sem sentido, torcem para o dia acabar rápido, para chegar logo as férias e a aposentadoria E isso é um desperdício sem fim, pois não dá para dizer que está poupando tempo  para poder viver mais tarde, isso é uma grande ilusão. As pessoas relacionam falta de responsabilidade com o tempo como algo que faz parte do dia a dia, você tem que sofrer em um emprego ruim para um dia se aposentar, tem que viver em uma ralação ruim para não ficar sozinho, faz a vontade de todo mundo porque quer ser aceito na hora de morrer. Ninguém morre no seu lugar ou vai ocupar esse espaço de protagonismo da sua vida, nem que seja nesse último tempo.

As pessoas se orgulham daquilo que deixaram, do fato de serem amadas, que vão fazer falta, uma saudade de verdade, sentem orgulho do que foram e do que ainda estão sendo. O que faz você se preparar para a morte é a vida bem vivida, é aproveitar o tempo com as pessoas. O maior aprendizado é que a vida vale a pena e é muito boa. Ela acaba e a morte dá todo sentido nesse tempo, nesse espaço.  Segundo Ana Cláudia Quintana Arantes, a morte não é o contrário de vida, é o contrário de nascimento. É o ponto final nesse tempo aqui. E esse tempo tem valor porque a gente olha para ele e pensa ‘puxa, valeu muito a pena viver’.

Então, o que fica é a vida que vivemos agora. A vida é um sopro, então vamos vivê-la da melhor forma possível, com responsabilidade, boas relações e priorizando o que realmente importa, ou seja, o que nos faz feliz.


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