Criança com dificuldades de socialização, linguagem rebuscada para a idade e interesse intenso e limitado apenas por um ou poucos assuntos, podem ser portadoras da síndrome de Asperger, transtorno invasivo do desenvolvimento que afeta principalmente indivíduosdo sexo masuclino e cujas causas ainda são desconhecidas. Porém, como se trata de um distúrbio congênito, há estudos em andamento que procuram estabelecer a relação com alguma desordem genética.
A partir de 2013 a síndrome de Asperger deixará de ter essa denominação e passará a ser classificada como uma forma branda de autismo. Diferentemente do autismo clássico, porém, quem tem Asperger não apresenta comprometimento intelectual e retardo cognitivo. Por isso, os primeiros sinais e sintomas do distúrbio costumam ser ignorados pelos pais, que os atribuem a características da personalidade da criança. Com frequência a desconfiança aparece apenas no início da vida escolar, quando a dificuldade de se relacionar com os colegas e a falta de interesse por tudo o que não esteja ligado ao seu foco de hiperatenção manifestam-se mais intensamente.
Usualmente os primeiros relatos sobre o problema são feitos ao pediatra, que poderá encaminhar a criança aos médicos especialistas para uma avaliação mais profunda e detalhada. Não há exames laboratoriais ou de imagem destinados à confirmação do diagnóstico e atualmente o principal instrumento para essa finalidade são os testes aplicados por neuropsicólogos, que por meio de tarefas propostas a criança observam e avaliam aspectos cognitivos como memória , atenção e habiliddes sociais.
O tratametno é multidisciplinar e baseia-se em desenvolver habilidades e recursos para minimizar as manifestações características, em especial a dificuldade no convívio social. As terapias são feitas a longo prazo, já que se trata de um distúrbio crônico. Medicamentos são utilizados apenas para tratar sintomas decorrentes dessas manifestações, como ansiedade, depressão e extrema irritabilidade.
Quem tem a síndrome e chega a vida adulta sem diagnóstico ou tratamento adequados pode enfrentar sérios problemas de relacionamento na vida pessoal, escolar e profissional. Além disso, trata-se de um risco para o desenvolvimento de outros distúrbios, como o transtorno bipolar. Quanto mais precoces e precisos forem o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as chances de a criança com Asperger desenvolver-se de forma mais saudável, com um comportamento mais sociável, flexível e independente.
A psicoterapia cognitivo comportamental apresenta técnicas específicas pra trabalhar habilidades sociais nestes casos, o que propicia a prevenção de outros transtornos que advém desta dificuldade.