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Vivemos hoje uma fase de muitas incertezas e medo. A pandemia veio revisitar nossa história e nos obrigar a refazer e remanejar planos, reorganizar agendas, projetos e até mesmo sonhos, trazendo ansiedade e até pânico em relação ao futuro. Não teve classe econômica ou idade, ou profissão que foi resguardada. Aos profissionais de linha de frente, o medo e a ansiedade voltam-se ao fato de poderem levar a doença para seus familiares e não poderem ficar em casa. Aos trabalhadores, tiveram que interromper o fluxo de trabalho, sendo assolados pela questão financeira. Aos que conseguem adaptar o trabalho ao home office, surgiu um processo inovador e assustador de descobertas, ajustes e reinvenções. Crianças de uma hora para outra interrompem suas idas à escola, e começam a ter aulas on-line, questionando-se se realmente irão aprender, ou até mesmo, se essa condição é válida.

Todos tiveram ou ainda terão algum tipo de dano, seja econômico, financeiro, emocional, afetivo, ou de saúde física. Adultos, pais e mães, trabalhadores, crianças e adolescentes, ninguém está ileso.

E quanto aos estudantes universitários? Em busca de uma futura profissão, veem-se tendo que interromper estágios que os levariam à prática da profissão, adaptação intensa e rápida a novas modalidades de ensino, férias antecipadas, mudança no fluxo e estratégias de aula, mudanças estas que causam um impacto específico a este grupo. Muitos por se formar, e aquele sonho da formatura e possível colocação profissional começam a ruir ‘todo mundo perdendo emprego, como vou conseguir um?’, ‘sonhei com o dia da formatura desde o primeiro dia de aula, e agora?’. Realmente estamos falando de um grupo com suas particularidades.

A pandemia veio, causou e ainda causará, danos de diversas ordens, seja no âmbito emocional, de saúde pública, impactos econômicos e sociais, ainda incalculáveis. Diversos estudos internacionais ressaltam que houve um aumento de indivíduos com problemas psíquicos que englobam ansiedade, pânico, depressão, estresse pós-traumático, alterações de sono e inclusive o medo da morte, muito maior que a vontade de viver. Em estudo realizado com estudantes universitários da China, publicado no The Lancet, percebeu-se que a mudança de rotina, tem causado um grande impacto emocional. A interrupção dos encontros, a volta para a casa dos pais, a longa permanência em seus quartos têm sido relatados frequentemente. Um sentimento presente é a culpa. Culpa por não estar produzindo, culpa por não render como antes, ou por não estar conseguindo a concentração necessária. Este fato ativa crenças de incapacidade e desvalor, levando a comportamentos de prostração e até mesmo procrastinação.

A volta para casa dos pais também traz relatos de desajustes na convivência, problemas nos relacionamentos familiares, o que só acalora ainda mais este momento.

Assim como falado para outros públicos, é um momento de treinar a paciência, não se cobrar tanto, fazer uso de time out, assertividade, encarar como um momento transitório e temporário, tentar tirar algum aprendizado disso tudo, e especialmente aprender que nem tudo está sob nosso controle. Ter essa ciência, nos leva a focar naquilo que realmente podemos controlar: nossos pensamentos, autocuidado, respiração.

Pode parecer meio piegas, mas a certeza de que temos é que vai passar, e que teremos que lidar com os resultados disso, sejam eles quais forem, e como ainda não sabemos, que possamos fazer o que hoje está sob nosso controle.

Fonte: The Lancet

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