Estes dias fui procurada por um casal, que ao analisar a possibilidade de separação, colocaram em primeiro lugar, o desenvolvimento de sua filha, de 3 anos. Deste modo, buscaram orientação, para fazê-lo da melhor forma, pensando no bem estar da filha. Muito interessante esta forma de conduzir a situação, muito mais saudável prevenir um problema, do que esperar acontecer para resolvê-lo.
Pensando nisso, vale se dedicar ao tema:
Quanto menor a criança, mais dificuldades terá para entender o porque da separação dos pais. Quando uma criança de quatro ou cinco anos fica sabendo da separação dos pais, haverá grande confusão, porque ela ainda não entende. Ela sempre via seus pais juntos e se nega a admitir que esta situação mude. Irá reclamar da ausência do outro todos os dias, e insistirá para que voltem a morar juntos. Mas tudo isso dependerá muitíssimo da forma em que se desenvolva o processo de separação.
Os pais não deverão economizar esforços para que as crianças entendam sua decisão e lhes façam ver que é algo necessário. Quanto menor a criança, mais dificuldade terá para entender o que está acontecendo em casa.
Consequências psicológicas que a separação pode gerar nos filhos
Diante da situação da separação dos seus pais, muitos filhos tornam-se rebeldes, malcriados ou deprimidos, e esta situação logo se refletirá de uma maneira negativa no seu desenvolvimento na escola, no seu contato com a família, e em sua convivência social, o que fará com que passem a buscar outras saídas não adequadas e benéficas para seus conflitos.
Em outros casos, as consequências são vistas depois do divórcio, e a concorrência entre quem é melhor, se o pai ou a mãe, de acordo como são tratados.
Divórcio na gravidez
Se a separação ocorre durante a gravidez ou durante os primeiros anos de vida, é provável que a criança se veja afetada pelo estado de ânimo da mãe, e portanto possa nascer com pouco peso ou com atraso cognitivo e emotivo.
Divórcio com filhos entre um e três anos
Na época da separação, é provável, que a criança torne-se muito tímida, comporte-se como uma criança menor que sua idade afetiva, requeira muito mais atenção e tenha pesadelos noturnos.
Divórcio com filhos entre 2 e 6 anos
A criança não entende ainda o que é um divórcio, mas ao notar que um dos membros do casal não dorme em casa, é provável que pense que é por sua culpa, e reaja de formas opostas: ou fique muito obediente (pensando se for bom, o papai voltará), ou também muito mais agressivo ou rebelde, como era de se esperar quanto ao seu caráter. Nesta idade, alguns dos pequenos negam a separação tanto a si mesmos quanto aos demais (mentem aos parentes ou amigos, dizendo que seus pais ainda dormem juntos à noite, e continuam brincando de bonecas durante meses, simulando sua própria família e fazendo que seus pais durmam um ao lado do outro).
Divórcio com filhos até os 6 anos
As crianças sofrem um grande temor de serem abandonadas, junto com uma profunda sensação de perda e tristeza. Podem sofrer transtornos de sono, de alimentação, e adotar condutas regressivas.
Divórcio com filhos entre 6 e 9 anos
Aparecem sentimentos de rejeição, fantasias de reconciliação e os problemas de atitude. É possível que as crianças experimentem raiva, tristeza e nostalgia pelo pai que se foi. Nos casos em que os cônjuges tenham tido conflitos graves, alguns filhos podem viver uma luta entre seus afetos pelo pai e pela mãe. Outras vezes, se descuidam no aspecto material, obrigando-os a prepararem a comida, a vigiar os irmãos menores e assumam responsabilidades muito pesadas para sua idade.
Divórcio com filhos entre 9 e 12 anos
Os filhos podem manifestar sentimentos de vergonha pelo comportamento dos seus pais, e cólera ou raiva pelo que tomou a decisão de se separar. Além disso aparecem as tentativas de reconciliar os pais, o descontrole dos hábitos adquiridos e problemas somáticos (dores de cabeça, estômago, etc.).
Divórcio com filhos adolescentes
• Dos 13 aos 18 anos, a separação dos pais causará problemas éticos, e provocará, portanto, fortes conflitos entre a necessidade de amar ao pai e a mãe e a desaprovação de sua conduta. Geralmente as reações mais comuns nesta etapa são:
• Amadurecimento acelerado, ou seja, o adolescente adota o pai progenitor ausente, aceitando suas responsabilidades.
• Por outro lado poderá adotar uma conduta antisocial: não acata nem aceita normas, desobediência, condutas de roubo, consumo de álcool, drogas, etc.
A separação não deve causar todas essas reações, mas sim algumas delas.
É importante destacar que a diversidade de experiências que vivem as crianças depois da separação dos pais, é, de qualquer modo, um sinal positivo porque prova que o divórcio não é a única coisa que as prejudica, e que, muitas delas, superam a crise familiar, saindo delas mais fortes e mais maduros que seus conterrâneos que pertencem a famílias unidas.
Nestes casos, a Psicoterapia pode ajudar a encontrar formas mais adaptadas de lidar com a situação!
Fonte: www.guiainfantil.com.br