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A cada quatro vezes que as pessoas entram em contato com as outras, em pelo menos uma contam uma mentira. Significa que mentimos em 25% do tempo, segundo a psicóloga Mônica Portela. A especialista revela ainda que a dissimulação é uma característica crescente da atualidade. Após analisar mais de 80 vídeos de pesquisa sobre mentira, durante aproximadamente cinco anos, chegou à conclusão de que todos mentem e com mais facilidade quando o objetivo é criar uma imagem positiva de si.
Apesar de não haver um tipo de personalidade específico que tenda a mentir mais, a mentira é comportamento que acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos e tem o poder de criar ou realçar qualidades, dissimular ou minimizar defeitos. O mentiroso se baseia em distorções do próprio pensamento, tais como: “a verdade é insuportável”, “ele nunca vai me perdoar” ou “é só uma mentirinha”, e responde a uma situação social buscando algum proveito e/ou resultado positivo, bem como, tentar parecer algo que não é.
As pessoas mentem porque, em geral, as mentiras podem trazer algum alívio momentâneo para uma ocasião, podem ter o papel de aliviar relações conturbadas, desgastadas e situações de extremo estresse. Normalmente, a mentira é um meio e não um fim para uma situação adversa. No entanto, pode ser fonte de sérios problemas. “ mentira pode se tornar patológica quando deixa de ser ocasional e contextualizada e passa a fazer parte da vida das pessoas, trazendo sofrimento emocional e até problemas sociais e legais”.
O mentiroso patológico pode sofrer de sérios transtornos mentais, tais como distúrbios de conduta na infância e/ou adolescência, transtorno de personalidade, psicose e transtorno obsessivo-compulsivo.

Doença

Sem distinção entre realidade e ficção, a mentiroso pode passar a mentir, frequentemente, para se passar por quem não é para apenas levar alguma vantagem. É o que chamamos de mitomania, a mentira patológica ou a mentira compulsiva. É aquela pessoa que mente sem necessidade nenhuma, mente pelo prazer de mentir compulsivamente e, de tanto mentir, ela mesma já acredita na própria mentira, mente pelo simples fato de mentir, por besteira mesmo. Podemos dizer que no fundo o mentiroso compulsivo tem uma autoestima baixa e, através das falas fantásticas e dos acontecimentos inventados procura a admiração dos outros que, por si mesmo, pensa não ter. O compulsivo tem a sensação de não ser bom o suficiente por si mesmo.
O mentiroso compulsivo é muitas vezes sociável, educado e inteligente. Usa sua astúcia para tirar proveito. Parece ser incapaz de emoções verdadeiras. Não sente amor, vergonha ou culpa. Deseja tão somente recompensas e gratificações imediatas. O psicólogo Reginaldo do Carmo Aguiar, analista do Comportamento e das Neurociências, explica que há também mentirosos que incorporam personagens e vivem em uma realidade paralela. O especialista define o caso como “pseudologia fantástica”.
“É uma tentativa de impor as próprias fantasias aos demais, para despertar admiração. É uma forma de se comportar e que produz atenção e valorização. “Não há finalidade aparente e é proveniente da imaginação, e de uma certa instabilidade no campo do sentimento e da vontade. A pseudologia (algo que é lógico apenas aparentemente) estaria no meio do caminho entre a mentira simples e o delírio. Encontrada em indivíduos mais imaturos e teatrais.”

 

Sintomas

Os mentirosos entregam sua falsidade por meio de um padrão gestual ou comportamental que, inconscientemente, é repetido. “No distúrbio de conduta na infância ou adolescência os sintomas são padrões persistentes de conduta dissocial, agressiva ou desafiante. Tal comportamento deve comportar grandes violações das expectativas sociais próprias à idade da criança, deve haver mais do que as travessuras infantis ou a rebeldia do adolescente e se trata de um padrão duradouro de comportamento (seis meses ou mais)”, afirma o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto.
De acordo com o psicoterapeuta José Henrique, geralmente, o início da doença se dá na infância. “Alguns pais até acham bonitinho seu filho mentir ou inventar coisas e desculpas. O meio tem muita influência no desenvolvimento do transtorno compulsivo por mentir”, diz. Cabe aos pais e educadores a busca em detectar os sintomas da mentira compulsiva nas crianças. Geralmente, são crianças inseguras e têm enorme dificuldade em tomar decisões, falta de autoconfiança e tendência à confusão mental. “O tratamento deve ser realizado com psicólogo e psiquiatra, mas a cura não é simples.”
Tratamento
A terapia cognitivo-comportamental pode auxiliar no tratamento da mentira patológica, através da identificação dos pensamentos distorcidos e dos ganhos imediatos da mentira. O que leva à mentira (causa) é um fator fundamental para a possibilidade da recuperação.
É necessário  proporcionar primeiramente o autoconhecimento ao indivíduo sobre seu comportamento, ou seja, quais são os determinantes (pais, irmãos, ambientes) que produziram o comportamento da mentira e com qual função. Por exemplo, para evitar crítica, ser admirado porque mentir era a única forma de receber afeto. Depois desta consciência passamos ao segundo passo, que é entender quais são os repertórios, o que a pessoa faz de saboroso que produz consequências positivas a ela.
Se retirarmos todo comportamento de mentir ela pode deprimir. Por isso é importante desenvolver outros repertórios antes de extinguir o repertórios das mentiras. E por fim extinguir o repertório de mentira a partir de um procedimento de modelação (esculpir), que consiste em reforçar relatos verdadeiros e ignorar relatos falsos.
Fonte: www.planetabehavior.com.br

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