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Em nossa cultura, há uma imagem estereotipada do idoso, embora dados do IBGE apontem que a expectativa é que em 2025, o Brasil chegue a 31 milhões de pessoas com mais de 65 anos de idade. São diversas as questões envolvidas, quando se trata do idoso: o sentimento de que a vida não tem mais objetivo, os prazos para renovação de carteira de motoristas são mais curtos, se cometem alguma infração no trânsito são julgados pela idade, fora o fato de que com a idade, doenças e condições de saúde acabam por deixar o idoso mais vulnerável e dependente de cuidados, muitas escolhas já não são por ele tomadas, há um luto pelo corpo jovem, diminuição das capacidades, diminuição das responsabilidades, dos amigos, muitas vezes do cônjuge e até mesmo de um bom padrão de vida. Isso é algo esperado pelo ciclo de desenvolvimento em que se encontram.

Quando são acometidos por algum tipo de doença não esperada, ou alguma condição médica, tudo que foi citado anteriormente se intensifica.

E o que dizer sobre a COVID-19, esta condição que acabou por tornar os idosos invisíveis? Repentinamente não podem mais sair de casa, são infantilizados, e tidos como teimosos.

Vistos como grupo de risco, vulneráveis, irritantes. “Já falei que não pode sair de casa“, “Mas é teimoso né, quer morrer?” e por aí vai.

Em contrapartida, “Já vivi até aqui, não vou morrer disso”, “Me deixa, depressão também mata sabia?”

Como encontrar um equilíbrio? Precisamos pensar que tem muitos idosos de 70 anos que são mais saudáveis que muitos jovens de 30 anos, e tentar entender como se sentem, se sempre foram ativos. Teimosia é próprio do ser humano, não só dos idosos certo? Igualar ao comportamento de criança é errôneo, não são crianças, e sim, idosos, ou tem alguma outra definição para idosos que não seja essa?

Pensando nestas questões, há que se ter mais acolhimento, e menos julgamento, mais carinho e proteção e menos xingamento, vais valorização da idade (pois são muito sábios), do que detrimento e preconceito em relação a idade. Já se colocaram no lugar? Alguém dizendo a toda hora o que pode ou não fazer de forma taxativa? E se fosse com você? Como seria bom que falassem? É um bom começo.

Então, que possamos tentar conversar mais, usar frases assertivas: “Eu te entendo, como você acha que podemos resolver?” Isto não é falta de cuidado, e sim, acolhimento, respeito, tentar entender o que sentem e dentro desta perspectiva encontrar um equilíbrio que fique bom para todos. Aproxima-los de formas de comunicação com as quais não tenham intimidade já é uma boa maneira, novas formas de ligação por vídeo ou plataformas, começar por algo que já dominem, ensinar algo novo, aprender com eles algo novo. Sempre existirão alternativas quando se estiver disposto a encontra-las.

E como lidar com as visitas? Muito bem planejadas, pensadas e refletidas. Há algumas que podem ser evitadas e as chamadas de vídeo estão aí para nos salvar, outras devem ser avaliadas, e assim, um dia de cada vez, podemos encontrar formas de lidar e manejar com os idosos de forma carinhosa.

Em tempos de COVID-19, toda reflexão é bem-vinda.


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