Para os pais, ainda um assunto delicado! A começar no momento do desfralde que normalmente gera bastante apreensão.
Existe na nossa cultura o hábito de não nomear corretamente os nomes dos órgãos genitais, chamando-os de pipi, pepeca e por aí vai, ao invés de vulva (vagina) ou pênis. Isso é algo que deve iniciar já na hora do banho, em que a criança vai conhecendo seu corpinho. Não que não se possa usar apelidos, mas a criança tem que saber o nome correto. A maldade está no adulto, se o próprio adulto tem dificuldades de lidar com o assunto, e possível que a criança também venha a ter.
O fato de tocar nos genitais é algo natural para a criança, é a percepção de que é diferente tocar em determinadas partes do corpo, sem ter erotização nenhuma, e sem ver problema em fazer isso em qualquer local e na frente de quaisquer pessoas.
A partir dos 3 anos, já se pode falar com as crianças sobre este assunto, sem punir, brigar ou repreender, bem como, é o momento de aproveitar para falar sobre permissões: quem pode tocar no corpinho (pai e mãe), que se usa roupas como calcinha e cueca justamente para proteger as partes do corpo, e só quem tem permissão para tocar, pode fazê-lo. Também é o momento de dizer e explicar que qualquer pessoa que tente encostar em seu corpinho deve ser avisado imediatamente aos pais. Os pais podem e devem saber, visto que é responsabilidade deles proteger seus filhos, e portanto, não brigarão com a criança.
Nesta fase entre 7 e 9 anos são comuns as brincadeiras que envolvem curiosidade, brincadeiras de médico, querer ver o outro pelado e por aí vai. É preciso olhar estas situações pela percepção da criança, ou seja, sem maldade ou erotismo, visto que isso faz parte apenas da interpretação dos adultos.
A masturbação infantil, natural do desenvolvimento, é descoberta em diferentes fases e praticada usando as mãos, um bichinho de pelúcia entre as pernas, se esfregando no braço do sofá. Quando um adulto reage mal, a criança pode entender o prazer sexual como proibitivo e sujo. Tem-se que tratar com naturalidade, afinal a maldade está na cabeça dos adultos e não da criança. Muitas crianças com 2 ou 3 anos não entendem ainda o conceito de privacidade, e cabe ao adulto distrai-lo quando isso ocorrer em local público. E o correto é informar a criança que os pais sabem que é bom, prazeroso, mas que assim como tomamos banho num local fechado, a criança só pode fazer isso quando estiver sozinha, em geral, em casa ou no banheiro. Esta informação deve ser repassada repetidas vezes até que a criança internalize a informação.
O principal é sempre manter um canal aberto de comunicação e investigação. Em tudo que há excesso é bom avaliar se a criança não foi exposta a cenas de pornografia ou falas inapropriadas para sua idade, para que se possa tomar as medidas mais adequadas e cabíveis para o momento.
Na dúvida, procure ajuda de um profissional