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Para que o relacionamento possa dar certo depois de um término o casal deve saber que eles não estarão apenas dando continuidade de onde pararam, mas deverão reiniciar um novo relacionamento. O relacionamento antigo foi contaminado por palavras que foram ditas sem pensar, coisas que foram jogadas na cara um do outro, mas que em outras situações ficariam trancadas dentro das bocas e das mentes de cada um. Não pense que ao reatar um relacionamento tudo isso será esquecido. Por isso deve-se combinar uma série de regras a serem cumpridas para que esse relacionamento consiga ser reatado. Por exemplo:

– Estabelecer quais temas serão enterrados e quais ainda há necessidade de conversar a respeito;

– Combinar que ao tratar de qualquer assunto que se relacione ao rompimento deve-se faze de cabeça fria, nunca iniciar uma conversa quando estiver estressado, cansado pelo trabalho ou ocupado com outras coisas;

– Assumir os próprios defeitos, não culpar o outro por seus erros. Por exemplo dizer que fez algo escondido porque o outro não sabe ouvir, isso não é desculpa, pois se o outro não sabe ouvir é seu papel encontrar novas formas de comunicação;

 Em caso de traição, há que se pensar se o fato de reatar é por vingança ou por perdão. O sentimento de necessidade de vingança é sempre muito forte. Muitas vezes a pessoa quer reatar apenas para poder ser a pessoa que terá a iniciativa de romper na próxima semana. Ou quer reatar para poder infernizar a vida de quem o traiu.

Perdoar jamais significa fazer de conta que nada aconteceu e nem dizer que “não foi nada”. Na verdade perdoar é o ato de combinar consigo mesmo que aquele assunto não o mobilizará mais, não o atormentará com pensamentos recorrentes. Muitas vezes a pessoa precisa de um psicólogo para que no processo de psicoterapia ele consiga superar e chegar a este estado de convivência com a traição ocorrida. Claro que o saudável é que este casal só volte à convivência anterior caso percebam que há amor suficiente entre eles e que o outro ainda é uma pessoa com quem vale a pena conviver. Nem sempre é fácil fazer este exercício de identificar se vale a pena reatar um relacionamento após uma traição. É necessário avaliar em quais circunstâncias houve a traição. Caso a traição tenha sido apenas uma aventura, é possível reatar tentando reconstituir os motivos que levaram à traição e corrigir o que havia de errado no relacionamento. Quando com a traição houve envolvimento, dificilmente um relacionamento terá sucesso ao se reatá-lo.

Claro que mesmo sendo um relacionamento que se reinicia provavelmente não será o mesmo que um novo relacionamento iniciado com alguém que você acabou de conhecer. A vantagem de iniciar algo do zero é que há muita expectativa positiva, muita fantasia que muitas vezes não corresponde a realidade, mas ajuda a empolgação em relação ao novo. Reiniciar algo com uma pessoa de quem os defeitos já são conhecidos é outra história. Haverá dificuldades, haverá memórias que insistem em voltar,e desconfianças. Mas poderá sim ser estável e por incrível que pareça por motivos muito parecidos, ou seja, conhecer os defeitos do outro te dá oportunidade de aprender a lidar com eles.

 

É possível evoluir depois da separação e melhorar o convívio?

Não é fácil, mas é possível. Toda experiência gera conhecimento, mas depende de cada um usar este conhecimento para seu crescimento pessoal ou se jogar na cama se lamentando pelo quanto sofreu. Este é outro ponto onde a psicoterapia ajuda muito.

Há alguma circunstância na qual o casal não deve, de maneira nenhuma, reatar?

Quando está claro que uma das partes quer reatar apenas para sua própria conveniência e não pelo bem do casal. Por exemplo, uma parte quer reatar porque precisa financeiramente do outro; quer reatar para não dividir bens; quer reatar pois a outra pessoa com quem tentou um relacionamento também foi embora e ele não sabe ficar sozinho; quer reatar porque seu cargo estará mais seguro pois trabalha em uma empresa muito tradicional; quer reatar porque percebeu que sendo funcionário(a) do sogro perderá também o emprego; ou depois de o parceiro(a) ter se apaixonado por outro(a), durante o casamento, e este relacionamento não ter dado certo. Nestes casos, o amor próprio deve vir em primeiro lugar, pois para se permitir amar o outro, o amor próprio é primordial, e aceitar o outro novamente num caso desses está mais voltado para dependência ou obsessão pelo parceiro, do que para amor.

 As pessoas devem considerar muito bem antes de romper um relacionamento, muita coisa é construída e não se deve esquecer os motivos que iniciaram este relacionamento. Não se deve usar o rompimento como arma para manipulação do outro “se você não fizer ..x.. não quero mais saber de você”. Pode-se não perceber, mas a cada rompimento há uma cicatriz, com a qual pode-se conviver mas, sempre preferimos não tê-las. O caminho é tentar sempre que se entendam enquanto há um relacionamento em andamento, usar estes momentos de descontentamento para auto questionamento: O que está errado? Qual minha parcela de contribuição? O que posso fazer para manter o que está bom e interromper o que está ruim?

            Na dúvida, a terapia pode ajudar a reavaliar o peso desta relação, e verificar se há possibilidade de dar certo após o término, pois se em anos de relacionamento estes questionamentos não foram feitos, dificilmente o serão no atual momento.


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