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Existem várias abordagens possíveis para as Disfunções Sexuais Masculinas e Femininas que poderão ser usadas no ambiente terapêutico, de acordo com a experiência do terapeuta sexual. As dificuldades relacionadas ao exercício da sexualidade estão, muito freqüentemente, associadas a conflitos psíquicos, a pressões sociais e familiares, a preconceitos e concepções excessivamente rígidas que cercam o campo da sexualidade humana. Ao terapeuta sexual cabe, portanto, considerar as condições de vida que cercam, sustentam ou favorecem a instalação da disfunção. Deverá ele ter, ainda, a clareza e o conhecimento necessário para identificar aqueles casos que poderão ter remissão em menor número de sessões, estabelecendo qual a melhor abordagem do caso, em benefício do paciente, e quais aqueles outros que demandam outra modalidade de tratamento, como a psicoterapia convencional, seja ela individual, familiar ou de casal.

Uma das técnicas terapêuticas usadas na terapia sexual é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) que centraliza sua atenção nos problemas que estão sendo apresentados pelo paciente no momento em que este procura a terapia, sendo que seu objetivo é ajudá-lo a aprender novas estratégias para ativar no ambiente de forma a promover mudanças necessárias. Na metodologia utilizada encontramos como dado fundamental  a construção da cooperação entre o terapeuta e o paciente que planejam as estratégias do tratamento. Define-se claramente os objetivos da terapia.

O ponto de partida do tratamento concentra-se na fonte de sofrimento do paciente – a partir das distorções que estão ocorrendo na forma do sujeito avaliar a si mesmo e ao mundo. As disfunções sexuais, nessa visão, estariam relacionadas a problemas decorrentes da aprendizagem – percepções equivocadas sobre a sexualidade. O trabalho deve envolver a reestruturação cognitiva e a orientação sobre sexualidade. A TCC dá ênfase aos pensamentos do cliente e a forma como este interpreta o mundo.

Os objetivos da Terapia Cognitivo-Comportamental estão relacionados a correção de distorções cognitivas que geram problemas ao indivíduo e propor que o indivíduo desenvolva meios eficazes para enfrentá-los.
Busca os pensamentos automáticos, testar esses pensamentos e substituir as distorções cognitivas, as técnicas comportamentais são empregadas para modificar condutas inadequadas relacionadas com o transtorno em questão.

O planejamentos do processo de trabalho visa:

1- A reestruturação cognitiva das crenças irracionais – exemplo: toda relação sexual é dolorosa / meu marido está mentindo – que podem estar prejudicando o desempeno sexual.

2- A prescrição de técnicas comportamentais – exercícios sexuais como tocar-se para conhecer o próprio corpo.

O comportamento sexual é considerado como decorrente de interações complexas que incluem aspectos do casal, individuais, familiares e socioculturais a serem ponderadas no processo terapêutico.

A TCC privilegia os seguintes procedimentos:

1- Proporciona informações básicas sobre sexualidade para melhorar o conhecimento dos pacientes.
2-Ajuda os pacientes a reformarem os seus objetivos – em geral fantasiosos – e criarem novos.
3-Explora as cognições desadaptativas que costumam acompanhar disfunções específicas para torná-las cada vez menos invasivas na vida da pessoa.
4- Promove melhora no repertório sexual do paciente com o emprego de materiais audiovisuais eróticos.
5- Propõe o treinamento em habilidades comportamentais, que inclui a realização individual e de casal de técnicas sexuais.
6-Ocupa-se do treinamento em comunicação e de atualização de roteiros sexuais que possibilitem negociar as preferências sexuais na vida dos dois.

Na 2ª metade do séc. XX propõem-se o MODELO SAUDÁVEL DO FUNCIONAMENTO SEXUAL => DESEJO, EXCITAÇÃO E ORGASMO (RESPOSTA SEXUAL).

A “disfunção sexual” passa a ser uma deterioração/perturbação de uma dessas 3 fases da resposta sexual e experiência de dor em qualquer momento da atividade sexual. A etiologia das disfunções sexuais estria relacionada a combinação dos aspectos psicossociais, cognitivos-comportamentais, relacionais, culturais e orgânicos.

Conforme a abordagem COGNITIVA, as emoções e os comportamentos são influenciados pela percepção que as pessoas têm dos acontecimentos. A forma com que a pessoa avalia um acontecimento depende de suas crenças e esquemas que regulam o conteúdo do afeto e do comportamento.

Na Terapia Cognitiva os indivíduos atribuem significados aos acontecimentos de sua vida.
Na Terapia Comportamental trabalha-se uma associação estímulo-resposta – condicionamento, que pode ser condicionamento respondente ou operante (reforço – punição).

Exemplo: Uma mulher tem seu comportamento sexual elogiado pelo parceiro (reforço positivo) – ela tende a responder se sentindo segura e sendo espontânea em sua sexualidade.
Uma segunda mulher que, ao contar para mãe que deseja iniciar uma vida sexual com o namorado, recebe uma bronca (punição), pode não mais se abrir com a mãe ou mesmo começar a apresentar problemas na sexualidade que passa a ser entendido como algo errado.
Uma outra mulher que passe por uma situação de estupro como primeira vivência sexual, ou mesmo, após já ter iniciado uma vida sexual, pode associar sexo a dor e a sofrimento, e, posteriormente, no momento da relação sexual, ainda que consentida e com alguém que ame, pode contrair involuntariamente a musculatura vaginal, o que causa a dor e o sofrimento. Nas próximas relações, diante da ansiedade, não ocorre lubrificação vaginal adequada, que somada ao quadro gera a dor. Esse ciclo se repete e se retro-alimenta.

Para a Terapia Cognitivo-Comportamental muitos sintomas estão relacionados a crenças irracionais (a problemas decorrentes da aprendizagem – são percepções equivocadas sobre a sexualidade). O nosso trabalho, então, deve envolver a reestruturação cognitiva sobre sexualidade. As mudanças advém das alterações dos modos disfuncionais de pensamento.

“No entanto a avaliação cognitiva que o sujeito faz destes acontecimentos é o que determina o tipo de resposta que será dada na forma de sentimentos e comportamentos. Desta forma, a TCC dá uma grande ênfase aos pensamentos do cliente e a forma como este interpreta o mundo.” (BAHLS, 2004).

Se necessário procure ajuda de um profissional especializado na área.

Fonte: Blog: O Terapeuta Sexual


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