Cada pessoa relataria diferenças baseadas em suas experiências pessoais e uma diferença apontada na análise do comportamento é a seguinte: ambos indicam um forte poder reforçador do estímulo amado (já dizia Skinner “O que é o Amor se não outro nome para reforçamento positivo?”), no entanto, em termos comportamentais, a paixão tem o efeito de reduzir o valor reforçador de outros estímulos, enquanto que o amor não. Para esclarecer este conceito tem-se a paixão por futebol. Em época de copa do mundo, é comum pessoas assistirem mais jogos, debates, comprarem camisas de seleções, álbum de figurinhas, etc. As outras coisas “perdem sua importância” e alguns até deixam de trabalhar. Esta paixão é bem semelhante àquela de início de um namoro, principalmente quando se tem o fator novidade ou o estado de privação era muito grande. O amor envolve todas estas relações de reforçamento, mas não necessariamente há perda do valor reforçador das outras atividades. Podemos amar nossa família ou o(a) namorado(a) e ainda assim, quando necessário, fazer uma viagem de negócios ou, quando queremos, sair com os amigos para ver a final de um campeonato de futebol no bar ou com as amigas fazer compras no shopping. Neste caso não há tanta obsessão. Mesmo assim, são comuns relacionamentos baseados na obsessão, seja por parte de uma só pessoa ou do casal. O que não impede que o relacionamento funcione, mas imagine só: se perder um estímulo agradável já é ruim, imagine então perder o estímulo que é o centro de quase todas suas ações. Em casos extremos, os resultados podem ser assustadores.
No campo das relações amorosas não há regras e nem manual, e para tanto, seja na presença de estímulos reforçadores ou na ausência destes o fundamental é ter estratégias para lidar com as situações como elas aparecem.