Na primeira etapa da vida, a criança ainda não domina a linguagem. Então, a forma que ela tem para se expressar, para se comunicar e interagir com os outros é pelos meios físicos, como morder, bater, puxar o cabelo. A criança não tem a habilidade para pedir favores, pedir algo emprestado, dizer que não gostou como os adultos, e deste modo, se manifesta fisicamente.
Nessa primeira etapa da vida, a criança ainda não domina a linguagem. Então, a forma que ela tem para se expressar, para se comunicar e interagir com os outros é pelos meios físicos, como morder, bater, puxar o cabelo. Isso não quer dizer que ela não gosta da criança mordida, pelo contrário, ás vezes gosta e muito, assim como, a criança mordida não interpreta o ato de morder como algo ruim, tanto que, muitas vezes idolatra o mordedor.
As crianças que mordem se encontram na fase oral, que é uma etapa do desenvolvimento que vai do nascimento até por volta de dois anos de idade. Nessa fase, é comum vermos crianças dando mordidas ao primeiro sinal de estresse. Este é um dos mais importantes e mais primitivos estágios do desenvolvimento infantil, quando a criança ainda é egocêntrica, ou seja, acredita que o mundo funciona e existe por sua causa.
Geralmente a criança morde quando as situações a sua volta mudam, tais como mudança de sala; troca de professor; professora grávida; disputa por brinquedo ou querer atenção. A criança aprende a morder por observação ou imitação. Pode parecer estranho, mas quantas vezes olhamos uma criança linda e “fofinha” e comentamos, “ai que vontade de morder”. Quantos irmãozinhos mais velhos enchem a barriga do irmão mais novo de mordidas, justamente pelo fato de este último dar muitas gargalhadas. Assim, o ato de morder é associado junto à família com momentos de prazer, lazer e diversão. Quando a criança vai retratar isso na escola, ela é repreendida, chamam sua atenção e a cabecinha da criança vem um grande ponto de interrogação. Não consegue entender por que o ato é tão legal e ao mesmo tempo repreendido. Não que esta “mordidinha de amor” como é conhecida não possa acontecer, mas o ideal é manter essa criança informada de que as mordidas são legais, porém, em casa, junto aos familiares.
Em caso de mordida faz-se necessário a mediação do adulto (entender o que fez e pensar em outras formas de conseguir o que se deseja) e transformar a atitude corporal em uma atitude mediada pela linguagem. Esse é um grande objetivo da educação, tanto na escola quanto em casa. É importante que a escola possibilite ao mordedor participar do processo de cuidados com a criança mordida, ajudar no curativo se for o caso, incentivar um pedido de desculpas e solicitar um abraço de reconciliação ao final, para que não fiquem mágoas ou medo. Mesmo sem uso da linguagem as crianças sabem como se reconciliar.
Em relação à criança mordida, é fundamental minimizar os sentimentos negativos, criar situações para se estabelecer limites, e possibilitar que a criança mordida seja acolhida e incentivada a expressar seu descontentamento.
Jamais incentive o “revidar”, pois isto pode causar medo na criança e pode resolver temporariamente, porém, não permitirá à criança a compreensão de ação e consequência. A criança que morde tem que entender que fez errado, que a boca tem outras utilidades e que tem outras maneiras de se comunicar com os amigos.
Se estas mordidas passam a ser frequentes, a criança pode estar insatisfeita, ansiosa, com sentimento de rejeição ou tentar chamar a atenção através da agressividade. Quando isso acontece, a família e a escola precisam acompanhar de perto e com atenção para descobrir as possíveis causas e dependendo do caso, é importante buscar a ajuda de um psicólogo.
Algumas medidas são importantes para evitar que a criança morda:
Se o seu filho tem o costume de morder, é muito importante que o vigie. Se pode tomar algumas medidas para que as mordidas não cheguem a ser concluídas:
1- Anime o seu filho a conversar e falar com você, através de um jogo, de um desenho, de algum trabalho manual, etc.
2- Quando o seu filho estiver brincando com outra criança, esteja sempre atenta a ele. Vigie o seu comportamento e oriente a forma de brincar entre eles.
3- Ensine ao seu filho a compartilhar. Ele deve entender que ser amigo é também compartilhar.
4- Ensine ao seu filho a esperar. Evite situações que possam irritá-lo ou cansá-lo, com frequência.
Em suma, é bom saber que: não há motivos para maiores preocupações, a mordida não significa não ser bem quisto, 95% das crianças que mordem estão dentro da normalidade, ensine que os atos têm consequências, o adulto deve fazer a mediação e o sofrimento é dos dois lados.
Além disso converse sempre! Quantas vezes for preciso! Com criança tudo é na base da repetição. Estimule sempre um pedido de desculpas. Se você perceber a necessidade de ameaçar com uma medida punitiva, combine o que acontecerá se o ato voltar a ser praticado e cumpra o combinado.
Na dúvida procure um profissional para lhe auxiliar.