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O estresse é uma reação normal para pessoas de todas as idades. A causa é o instinto do corpo para proteger-se de uma pressão emocional ou física, de extremo perigo. Entre os tantos monstros enfrentados na adolescência (amor, amizade, dúvida, escolha, mudança), o vestibular é o mais temido de todos. Neste período de preparação, não são poucos os casos em que escola e família identificam estudantes agressivos, angustiados ou deprimidos, com algum distúrbio de humor ou também de sono.

Além da exigência de se fazer a escolha profissional tão cedo, existe pressão dos pais, do cursinho, competição dentro e fora da escola. Expectativa e ambição por êxito social e financeiro também são comuns. Afinal de contas, “a que grupo vou pertencer?” É nesse momento que começa a formação de uma identidade.

Esta responsabilidade pode também ser supervalorizada pela ansiedade dos pais ou expectativa do filho em relação à aceitação da família. Alguns jovens ainda elegem a profissão seguindo um desejo antigo e, às vezes, frustrado dos seus genitores. Nesse caso, a angústia pode ser maior porque o adolescente vai aos poucos percebendo que não tem vocação para aquilo, mas precisa levar o sonho do outro adiante.

Os motivos para este comportamento, para esta necessidade de aprovação e orgulho da família, são muitos. Pode ser por conta de uma baixa autoestima e aí ele acaba sacrificando algo que gosta muito, ou ainda para chamar a atenção. A falta de tempo dos pais pode fazer com que os jovens se reprimam e se fechem mais.

A adolescência já é uma fase estressante por natureza. A turbulência hormonal, por si só, causa sono, fome e muitas mudanças corporais. O momento também é de despertar para interesses sexuais e de identidade, que causam conflitos internos e externos. É preciso ter calma nessa hora.

Através da adoção de um novo estilo de vida, é possível despertar a força que nos é inerente, motriz de cura, e que todos temos. Neste caso, consciência corporal e hábitos saudáveis, tanto de alimentação quanto de descanso, são imprescindíveis. O sono é muito importante para a absorção de conteúdo, desenvolvimento da memória e do aprendizado. Ele só será satisfatório quando for relaxante, sem resquícios de preocupação.

Em um sono leve, há cerca de 10% de aproveitamento e retenção de conhecimento nos processos de memória, enquanto em um tranquilo o percentual chega a 40%. Hábitos como dormir com a televisão ligada também prejudicam o objetivo principal deste momento, que é de recarregar a bateria. Na presença de luz, a produção de melatonina (um neuro-hormônio que regula o sono) é bloqueada, já que a secreção dessa substância é quase exclusivamente determinada por estruturas fotossensíveis, principalmente à noite.

No ano pré-vestibular, organização é fundamental. É preciso determinar horário de estudo, de prática de atividade física e também de lazer. O esporte é essencial para oxigenar o corpo, aliviar a tensão e descarregar energia, assim como uma alimentação balanceada e saudável e algum momento de diversão entre amigos.

Outro detalhe muito importante é o apoio incondicional da família, esclarecido com uma conversa sincera entre pais e filhos, para que enxerguem juntos qual opção o adolescente quer fazer e que pode ser para vida inteira.

É comum nesta fase adolescentes deixarem de confiar nos pais diante de tantas promessas não cumpridas. Neste sentido, é preciso parceria e planejamento de metas razoáveis de participação de toda a família, para que enfrentem o ano juntos. Por isso, não se aconselha a premiação com presentes caros no fim da jornada. O reforço precisa ser dosado, como uma forma de motivar o estudante durante todo o processo. Não é para ser como uma moeda de troca, é para tornar o ano mais tranquilo, menos estressante.

Para auxiliar neste processo um psicólogo pode ajudar.

Fonte: www.minhavida.com.br


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