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“Você me lembra, por favor?”, “Me lembra da consulta ta?”, Só por favor me mande mensagem, porque eu estou muito na correria”, “Ah se não me lembrar não adianta que eu vou esquecer, é certeza!”

Vocês já devem ter escutado algumas dessas frases no seu dia a dia. Pessoas cada vez mais cheias de coisas, mas sem dar conta das mesmas, e para isso, têm que terceirizar o que é responsabilidade sua. Quem tem o compromisso que deve lembrar dele certo? Ou as pessoas acham que só elas têm compromissos? Deslocar para o outro as responsabilidades, é acreditar que o outro além de não ter compromissos, tem que ter tempo para lembrar das coisas dele e as dos outros.

Para justificar tal fato, muitos encontram ‘culpados’. ‘Minha atenção não é mais a mesma’, ou ‘não tenho tempo’, mas talvez o que falte seja falta de organização, ou priorizar aquilo que realmente é prioridade. Se já estamos cheios de coisas, para que assumir mais? E nessa busca incessante, buscando-se sabe lá o quê, tenta-se preencher os vazios, com afazeres e afazeres, para no fim do dia pedir “Mas me lembra ta?” Ué, a opção de se encher de afazeres foi sua, então, o outro tem que lembrar? Algo está errado nesta conta.

Com isso, transtornos psicológicos se desenvolvem, ansiedade, depressão, isolamento. As pessoas não sabem mais esperar, não dão conta de seus compromissos, pensam que o outro tem que dar conta de suas vidas, estão intolerantes, não se respeitam, invadem o espaço do outro, desconectam-se dia a dia, minuto a minuto. Onde vamos parar? Antigamente as pessoas conversavam, não tinham celulares, esperavam para conversar pessoalmente, ligavam nos aniversários, e hoje? Vem uma mensagem pronta, figuras bonitinhas, mas onde está o contato? O olho no olho? Antigamente as pessoas sabiam esperar pelo horário de ligar, esperavam para chegar o filme na locadora, esperavam para revelar fotos, e lembravam de tudo, davam conta de tudo, ou pelo menos, muito mais que hoje. Atualmente há uma ideia de ter-se essa facilidade pautada no outro,  mas cada vez damos menos conta das coisas, sabemos menos e esperamos menos. Vivemos agitados, estressados, na ânsia de não perder nada, sem saber que perde-se a essência, perde-se qualidade e o excesso de conexão, desconecta-nos de nós mesmos. Que possamos fazer o que é necessário, o que damos conta, porque o resto é puramente preencher vazios.


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