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Tem-se falado muito nos últimos tempos sobre o autismo virtual, ou autismo de tela. Estudos recentes de casos clínicos comprovam que crianças pequenas, expostas excessivamente às telas (TVs, computadores, tablets e videogames) acabam apresentando sintomas próprios do espectro autista. Mas é exatamente isso: sintomas que se assemelham, mas não significa que existe o diagnóstico.

Muitos pais estão preocupados que seus filhos desenvolvam autismo, devido ao uso de telas. Certamente o uso abusivo de telas pode ter consequências danosas, tanto para crianças, como para adolescentes. Não é o objetivo neste texto discutir sobre isso, e sim, o fato de que o fato de ter consequências danosas, não quer dizer que, possa desenvolver autismo.

O autismo (TEA) é um transtorno de de neurodesenvolvimento, caracterizado por dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

No entanto, o uso excessivo de telas pode implicar em dificuldades de comunicação, linguagem e comportamento, mas não o transtorno em si.

Um exemplo disso é a criança que não sai do quarto, e permanece mais de 10 horas conectada. Dificilmente essa criança terá o mesmo desenvolvimento de habilidades sociais que uma criança que sai na rua, anda de bicicleta e vê os amigos com frequência. Esse isolamento pode levar a um comprometimento das habilidades, as quais podem ser retomadas com tratamento e mudança de rotina/contexto. Vamos pensar nessa mesma criança que será mais calada e falará pouco, ficando angustiada quando não estiver na tela. Devido à alta exposição, ela não aprendeu a se comunicar com os outros, e não encontrará outro reforçador que não estar na frente da tela. Mas isso também será reversível se for feito um tratamento, bem como, se os pais incentivarem novos comportamentos.

Os pais têm vivido cada vez mais em um ritmo frenético de vida. Por sua vez, os filhos são mergulhados em uma rotina muita vezes desgastante. Estes mesmos pais, sempre atarefados e também enfeitiçados pela facilidade de informação, pelas redes sociais e por todas novidades na internet, não desgrudam de seus aparelhos eletrônicos.

Para distraírem os filhos, muitas vezes é mais fácil colocá-los também na frente desta tela, que os deixam encantados e paralisados. Realmente é mais fácil colocar uma criança com um celular ou tablet nas mãos do que sentar com ela no chão e brincar, jogar ou desenhar.

Em 2018 o pesquisador romeno Marius Teodor Zamfir estudou crianças com mais e menos de quatro horas de exposição a telas. Surgiu assim a definição de autismo virtual:

“A privação sensorio-motora e socioafetiva causada pelo consumo de mais de 4 horas por dia em ambiente virtual, pode ativar na criança comportamentos e elementos semelhantes aos encontrados em crianças diagnosticadas com TEA”.

Deste modo, o tão falado autismo de tela, não se refere a um diagnóstico, e sim, a características que se assemelham ao diagnóstico.

Na dúvida procure um profissional para lhe auxiliar.

Imagem: www.freepik.com


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