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Bem ou mal, tem-se que os dias que temos passado certamente provocarão mudanças, boas ou ruins. Mesmo aquele que diz que não mudará, reagirá às mudanças daqueles com quem convive. É inegável.

Já que é assim, que possamos aprender algo com isso. Não com aquela positividade tóxica, que diz que tudo tem um lado bom. Mas sim, se o lado bom é aprender algo, que assim seja.

O primeiro grande aprendizado que tenho falado desde o decreto da pandemia é que não temos controle sobre nada….nada mesmo, planos e planos, programações, agendas, tudo ruiu, e aquilo que seria difícil dar conta deu lugar ao ócio, ao ter tempo sobrando, a dias que antes seriam lotados, a dias para procurarmos algo a fazer. É o velho ditado, que a onda veio e levou o castelo…

Outro grande aprendizado é que a aceitação é uma grande virtude. Que possamos aceitar que, como diz o ditado ‘o que não tem remédio, remediado está’. Que possamos aceitar que as coisas não estão do jeito que queremos, mas estão como podem estar. E dentro desta curva no meio do caminho, podem existir flores, andorinhas, cantos e possibilidades.

Aprendi, mesmo que pareça clichê,  que o dia de hoje é o mais importante, pois o de amanhã ninguém sabe, e como disse o primeiro aprendizado, não podemos controlar. Ou vocês acham que podemos?

Percebi que não uso metade das roupas que tenho, que elas não são tão necessárias como parecem, e que para ficar mais tempo em casa, o pouco se torna muito.

Nunca ficou tão nítido como o luto está tão presente em nosso dia a dia. O luto pelo que não consegui fazer, pelos eventos cancelados, pelas viagens que não estão possíveis, pelas pessoas que não posso ver, pelo trabalho que mudou de lugar, pela tranquilidade, pela liberdade de ir e vir, e por mais um tantão de coisas que não se fazem mais tão presentes, e que antes ocupavam todo nosso tempo. E é um luto coletivo, há um vazio, um espaço e é preciso olhar para esse buraco esporadicamente, para que ele seja preenchido.

Outro aprendizado, é que apesar de tudo, temos muito a ser gratos. Perdas todos teremos, sejam físicas, financeiras, afetivas, emocionais, mas temos muito a agradecer. Agradecer pelo acordar de cada dia, por termos o aconchego da família, por termos um lar, por termos vida.

Aprendi também que a solidariedade e a generosidade são fundamentais, pois todos estamos no mesmo mar, sob a mesma chuva, mas cada um com suas possibilidades. Se eu posso ajudar com meu conhecimento, que ótimo! Se o outro tem dinheiro a mais e pode doar, que maravilha. Se o que eu tenho para dar é uma ligação, uma mensagem, este pouco para mim, pode ser muito para alguém. Uma andorinha só não faz verão, mas pode fazer um voo, um canto, um barulho. E sempre, existirão possibilidades para aqueles que estiverem dispostos a encontra-las.

Os sentimentos estão aí para serem sentidos, vivenciados, expressados, e é natural que estejamos, às vezes, abatidos, cabisbaixos, preocupados, e em outras vezes, estejamos, felizes, tranquilos e otimistas. Essa oscilação é que nos judia. Mas se você voltar ao início do texto, novamente teremos que aceitação disso tudo nos mantém mais saudáveis.

E você, o que tem aprendido?

 

 


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