A predisposição para punir os filhos com palmadas é transmitida de geração em geração. Especialistas calculam que 70% dos pais que batem em seus filhos sofreram violência doméstica na infância.
De onde vem esse hábito para lá de questionável? As crianças aprendem com o exemplo dos pais ou neste caso operam “genes da violência”? Dario Maestripieri da Universidade de Chicago, buscou respostas para essa pergunta num estudo com macacos resos. O pesquisador trocou os recém-nascidos de diferentes macacas: colocou filhas geradas por mães violentas entre fêmeas pacíficas e vice-versa. Como as filhas adotivas lidariam com seus próprios filhos mais tarde?
Nove entre 16 fêmeas que sofreram violência em sua juventude também maltratavam suas crias – independentemente de serem descendentes de mãe violenta. Por outro lado, de 15 animais com pais adotivos não violentos, nenhum usou de força bruta. A experiência, portanto, e não a herança genética, as influenciou nesse caso.
Jeffrey Bingenheimer acredita que o homem funciona de forma semelhante. O pesquisador da Universidade de Michigan em Ann Arbor avaliou os dados de um estudo de cinco anos sobre o desenvolvimento de mais de mil jovens de Chicago. Nesse período, um em cada oito adolescentes cometeu algum delito. Mas, estatisticamente, a pobreza, a baixa escolaridade ou características pessoais não estavam vinculadas a estes casos. Apenas a violência armada experienciada de perto dobrava a possibilidade de que os jovens pegassem em armas de fogo.
Vale uma reflexão sobre qual contexto é oferecido para os nossos filhos.