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Quando algo ruim esta para acontecer e nada se pode fazer para evitar ou fugir, é comum vivenciar os estados emocionais negativos evocados pelos eventos aversivos. Uma punição inevitável pode produzir incapacitação completa ou parcial, preocupação inútil e sofrimento físico. “Consideradas como uma forma de ansiedade, estas reações são usualmente tratadas – raramente com sucesso – com remédios psiquiátricos ou farmacológicos” (Sidman, 1995, p.219).

Muito se fala em medo de falar em público, portanto, o medo de escrever em público também é alvo de cuidados, frente ao sofrimento que causa. Este medo pode ser caracterizado como um pânico intenso em ter que escrever na frente de outras pessoas, seja assinaturas em cartório, certificações, banco e até mesmo assinatura do dia do casamento. Alguns pacientes me procuram com esta queixa, com muita vergonha, e por isso, muitos familiares e pessoas próximas acabam nem sabendo desta dificuldade…e o psicólogo acaba sendo o único que fica sabendo.

O medo severo de falar em público constitui ainda um subtipo pouco reconhecido da fobia social em amostras da população. O impacto que este tipo de ansiedade social traz para a vida de seu portador é extremamente negativo, pois ela interfere na escolaridade, conquista de um emprego, etc.

Embora já tenha sido demonstrada a eficácia da terapia cognitivo-comportamental no tratamento da fobia social (Del Rey & Pacini, 2005; Heimberg, 2002) existem poucos estudos relatando o tratamento da fobia social relacionada ao falar em público. Até onde sabemos existem apenas dois estudos com o uso de técnicas cognitivas e comportamentais no tratamento deste tipo de ansiedade social (Oliveira & Duarte, 2004; Kosaza & Leite, 1998).

Nas situações sociais ou de desempenho temidas, os indivíduos com Fobia Social experimentam preocupações acerca de embaraço e temem que outros os considerem ansiosos, débeis, “malucos” ou estúpidos. Eles podem ter medo de falar em público em virtude da preocupação de que os outros percebam o tremor em suas mãos ou voz ou podem experimentar extrema ansiedade ao conversar com outras pessoas pelo medo de parecer que não sabem se expressar. Eles podem esquivar-se de comer, beber ou escrever em público, pelo medo de sentirem embaraço se os outros perceberem suas mãos trêmulas. Os indivíduos com Fobia Social quase sempre experimentam sintomas de ansiedade (por ex., palpitações, tremores, sudorese, desconforto gastrintestinal, diarreia, tensão muscular, rubor facial, confusão) nas situações sociais temidas e, em casos severos, esses sintomas podem satisfazer os critérios para uma crise de Pânico.

Os adultos com Fobia Social reconhecem que o medo é excessivo ou irracional, embora isto nem sempre ocorra com crianças. O indivíduo com Fobia Social tipicamente evita as situações temidas. Com menor frequência, força-se a suportar a situação social ou de desempenho, porém o faz com intensa ansiedade. A ansiedade antecipatória acentuada também pode ocorrer bem antes das situações sociais ou públicas (por ex., preocupação todos os dias, por várias semanas, antes de comparecer a um evento social). Pode haver um círculo vicioso de ansiedade antecipatória levando à cognição temerosa e sintomas de ansiedade nas situações temidas. Isto pode levar a um fraco desempenho, real ou percebido, nessas situações, o que leva, por sua vez, ao embaraço e maior ansiedade antecipatória acerca das situações temidas, e assim por diante.

O medo ou a esquiva devem interferir significativamente na rotina normal, no funcionamento ocupacional, acadêmico ou em atividades e relacionamentos sociais, e além disso, o indivíduo pode experimentar acentuado sofrimento por ter a fobia. Por exemplo, uma pessoa que teme falar em público não recebe diagnóstico de Fobia Social se esta atividade não é encontrada rotineiramente em seu emprego ou sala de aula. Temores de se sentir embaraçado em situações sociais são comuns, mas geralmente o grau de sofrimento ou prejuízo é insuficiente para indicar um diagnóstico de Fobia Social.

Se você sofre nestas situações a Terapia Cognitivo-Comportamental possui técnicas específicas para lidar com este tipo de transtorno. Procure auxílio!


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