Em se tratando de transtornos de personalidade nem sempre é fácil diferencia-los. Alguns são bastante característicos, porém, outros se confundem. Muito se questiona sobre as diferenças entre o transtorno de personalidade borderline, e o transtorno de personalidade antissocial (psicopatia). Algumas considerações podem ser feitas: A máxima do psicopata é: “Os outros estão aí para serem explorados”, e a arma é o ataque. Por outro lado, a máxima do borderline é: “Não me abandone”, porém em caso de abandono, a arma é o ataque também. Ou seja, como um dos pontos marcantes do borderline é a oscilação de humor, quando ele tem suas vontades feitas e aceitas, vai tudo bem, porém, quando contrariado ou se sentindo abandonado, ele chega a se parecer com o psicopata. Este por sua vez, não passa pelas oscilações, apresentando suas características em todo o curso do tempo, e não apenas, quando contrariado.
Deste modo, alguns critérios para diagnóstico do Borderline são:
1. Imensos esforços para evitar abandono real ou imaginário;
2. Padrão de relações interpessoais instável e intenso, alternando extremos de superidealização e desvalorização;
3.Perturbação no senso de identidade acentuada e persistente;
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas;
5. Ameaças, gestos ou comportamento suicida recorrente ou comportamento automutilante;
6. Instabilidade afetiva;
7. Sentimentos crônicos de vazio;
8. Raiva inadequada e/ou falta de controle de raiva;
9. Ideação paranoide.
Por outro lado, alguns critérios para diagnóstico do Psicopata são:
1. Não respeita as normas sociais e comporta-se de modo ilícito;
2. Não se importa com a verdade, como indicado por repetidas mentiras, uso de nomes falsos ou da confiança das pessoas, para proveito ou prazer pessoal;
3. Impossibilidade de planejar o futuro ou impulsividade;
4. Irritável e agressivo;
5. Irresponsável com sua segurança pessoal e a de outras pessoas;
6. Irresponsável no trabalho;
7. Falta de remorso, sente-se justificado tendo causado danos, maltratado ou furtado.
O diagnóstico nem sempre é fácil, é um caminho melindroso. A experiência ajuda no diagnóstico e na intervenção, sendo esta mais efetiva quando baseada em uma conceitualização individualizada dos problemas do paciente. Em qualquer dúvida procure auxílio profissional. A Psicoterapia Cognitivo-Comportamental possui técnicas específicas para ajudar estes pacientes a lidar adaptativamente com emoções aversivas.
Fonte: http://www.folha.uol.com.br