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Hoje atendi uma senhora que chegou com a seguinte queixa “Doutora, minha filha esta muito doente”. Fiquei preocupada imaginando uma doença física, até que ela completou. “A doença dela é o celular”. A intoxicação eletrônica, ainda que soe exagerada, é concreta. Segundo reportagem da revista Veja do mês de fevereiro deste ano, médicos consideram que permanecer acima de três horas diárias conectado pode transformar um hábito em uma rotina prejudicial à saúde. O ruim é achar que só se vive em sociedade on-line (o brasileiro fica em média nove horas diárias na rede), sorvendo uma avalanche de informações tortas que nos chegam de todos os cantos, sem filtro, venenosas como o açúcar para o diabetes. O simples exercício de imaginar como seria viver desplugado faz bem, é quase uma epifania, embora pareça impraticável e assustador para quem se desespera quando termina a bateria, um problema ainda insolúvel.

E hoje em dia, caímos no campo do virtual, em que não se vive sem internet, no qual tudo se resolve via whatsapp, facebook, e-mails e perdem-se as relações. Por considerar-se prático, é muito mais fácil marcar uma consulta ou até mesmo desmarca-la, ou confirma-la via whatsapp. Será? Talvez para quem manda a mensagem, pois é questão de digitar algumas letras e esperar, mas para quem recebe nem sempre. O bom e velho telefone resolve em tempo recorde as pendências, sem ter que ficar pensando se a pessoa leu, ou os motivos pelos quais visualizou e não respondeu. Na internet o tempo é outro. Você tem que mandar uma mensagem e esperar a pessoa ter disponibilidade para te responder, e por aí vai. E ainda ser cobrado caso demore pra responder. Enfim, há uma celeuma de situações que podem acontecer quando se substitui o mundo real pelo virtual.

Mas não adianta querer ter este tipo de relação com quem não gosta dela. É estresse na certa! Muito comum nos consultórios, pessoas estressadas com a quantidade de mensagens que recebem por dia, concomitante a cargas horárias de trabalho exageradas, as quais não permitem dar conta da enorme demanda virtual. Mesmo que as pessoas tenham o telefone fixo e secretárias, muitas pessoas ainda preferem sobrecarregar os celulares de outrem com mensagens, por considerarem mais prático. E por aí se vê um enorme número de pessoas “enlouquecidas” por não conseguirem colocar limites a esses exageros, e a essas situações em que se é cobrado no mundo virtual. Nada contra o uso da internet, mas no mundo virtual, o ideal é questionar as pessoas se elas gostam e aceitam este tipo de relação, caso não aceitem, torna-se inconveniente forçar o outro a aceitar a sua adoração pela internet.

Por outro lado, há aqueles que se desesperam se chegam num local em que não tenha wi-fi, por não se imaginarem fora do mundo virtual. Ao se imaginar que o brasileiro passa cerca de 9 horas diárias na rede, quando o aceitável seria 3 horas, pode-se até começar a pensar em DETOX DIGITAL. Quando a pessoa começa a ficar preocupada demais por não estar conectada, a ficar irritada e descontrolada pela falta de internet, deve-se repensar o uso deste recurso, pois não esta mais sendo saudável, e sim, causando problemas, devido ao que podemos chamar de VÍCIO DIGITAL.

Vale lembrar que  internet nos ajuda a ser produtivos, mas também nos bombardeia com estímulos inúteis que acabam se tornando somente uma fonte contínua de tensão.

 


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