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O adoecimento na infância, bem como a hospitalização, são experiências estressantes que exigem da criança uma rápida e contínua adaptação por motivo de constantes mudanças no seu cotidiano. Estes fatores de adaptação podem contribuir para o desenvolvimento de algumas psicopatologias ou comportamentos inadequados.

Por possuir Doutorado na área, pode-se afirmar que a infância caracteriza-se por ilimitada energia, pela curiosidade e inquietude, pela intensa atividade corporal, intelectual e afetiva. Deste modo, a prática pediátrica, precisa se desenvolver a ponto de promover qualidade de saúde, não deixando com que a hospitalização e as necessidades médicas prejudiquem as necessidades emocionais, sociais, intelectuais e recreacionais, além da necessidade de atender os pais, de modo a prestar-lhes suporte no cuidado dos filhos.

É de fundamental importância que o hospital não deixe transparecer a ideia de ”prisão” para a criança, pois mesmo sendo uma instituição infantil, a mesma ainda é projetada para adultos, e não apresenta semelhanças com o mundo da criança, com exceção de alguns desenhos nas paredes, o que dificulta que a criança realmente viva como tal.

Além dos sentimentos de insegurança, medo da morte e desconfiança, surgem problemas familiares: são os outros filhos que ficam sob o cuidado de terceiros, quando não ficam sós; é a empresa empregadora que não aceita o atestado do filho como justificativa para as faltas; é a falta de recursos financeiros para alimentação ou transporte, e o hospital impondo regras e rotinas que divergem do cotidiano familiar, além dos termos e procedimentos desconhecidos. A situação de adoecimento e hospitalização também é referida como momento de crise para as famílias, devido a uma desintegração temporária, e consequentemente, podem surgir ou agravar-se problemas conjugais e adoecimento orgânico e/ou psicológico de outros membros da família.

Todas essas mudanças causam um impacto na criança e podem alterar seu comportamento durante e depois da internação. Assim, a hospitalização e o adoecimento podem ser fatores de risco para o desenvolvimento infantil. Vale salientar, que as consequências da hospitalização, em maior ou menor proporção, dependem de diversos fatores, tais como: idade, personalidade da criança, tipo de relação pais-filho, reação dos pais para com a doença, tempo de hospitalização, reincidência de internação, as informações que a criança possui sobre seu estado, diagnóstico médico, representações sociais da doença, estratégias de enfrentamento da situação utilizadas pela criança e pela família.

Não raro, recebo em meu consultório, crianças com sintomas de ansiedade, agressividade, dificuldades para dormir, e ao se avaliar, nota-se que são sintomas que associam-se ao período de hospitalização. Período este no qual a criança ficou vulnerável, sob cuidados de terceiros, passando por procedimentos, muitas vezes invasivos, além do que, num ambiente no qual perderam seu referencial, pois não tinham seus brinquedos, sua rotina, os irmãos, e ainda em crianças maiores, a falta da escola.

Se após um período de hospitalização você perceber determinados sintomas em seu filho, preste atenção, e se persistirem, leve seu filho a um psicólogo para fazer uma avaliação! Estes sintomas podem aparecer até um ano após a hospitalização. É a forma que a criança possui de manifestar que algo fugiu ao seu controle, e que ele não soube lidar com a situação. Lembre-se: a criança sempre encontra uma forma de manifestar quando algo esta errado!


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