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Uma uma série de mudanças ocorre com quem vai fazer a cirurgia bariátrica, as quais é preciso estar preparado psicologicamente. É possível que esta pessoa, até chegar a redução de estômago, já deva ter tentado diversas formas de reduzir peso. O emagrecimento, para algumas pessoas, pode ser algo muito estressante principalmente depois de várias tentativas de dietas das mais diversas, desde as recomendadas por médicos e  nutricionista até as recomendadas pela TV e amigos. O momento da tomada de decisão para a cirurgia bariátrica está repleto de expectativas, muitas com fundamento mas outras disfuncionais.

A avaliação psicológica para cirurgia bariátrica visa estabelecer o quanto esta pessoa está preparada tanto para este procedimento assim como para todo o processo necessário pós cirurgia pois a obesidade é uma doença que interfere tanto na qualidade de vida quanto nos aspectos físicos, psíquico e social. Há que se avaliar para que e para quem vai se fazer a cirurgia. Se é para agradar o outro, é melhor repensar, se é por vontade própria e/ou saúde deve-se seguir em frente.

Questões emocionais tanto podem estar envolvidas na causa como nas consequências da obesidade. A compulsão pela comida pode estar associada a vivencias com grande carga emocional que pode afetar tanto o obeso como afeta as pessoas que convivem com este que sofre com a dificuldade em emagrecer. O fato de não comer tudo o que gostaria, ou na quantidade que gostaria acaba por interferir nos relacionamentos principalmente quando a atividade social inclui almoços ou jantares. Há casos em que os pacientes engordam para fazer a cirurgia, e de uma hora para outra a privação quase total pode abalar o psicológico do paciente.

A dificuldade em sentar em qualquer cadeira, passar por catracas, zombarias, constrangimentos e situações nas quais aparecem limitações também  afetam emocionalmente. O sentimento de ser obrigado a emagrecer se faz presente diante de tamanho sofrimento e acaba por sobrepor-se  à necessidade de melhorar a saúde. E por isso se faz tão necessário que haja uma avaliação psicológica antes da cirurgia bariátrica.

Quando o médico encaminha o paciente que pretende realizar a cirurgia bariátrica para a avaliação psicológica é possível algumas reações deste paciente:

– Medo de que o psicólogo tente convence-lo a não realizar a cirurgia bariátrica.

– Pressa em realizar a avaliação o mais rápido possível para que possa levar o “papel que o médico está pedindo”.

– “Preguiça” em passar por esta etapa por considerar que não precisa pois “já sabe o que quer e sente-se muito bem”.

– Irritação ao saber que o dito “papel” não é feito assim de uma hora para outra, e que terá que realizar algumas sessões de avaliações para saber se está apto ou não para a realização da cirurgia.

Mas estas reações podem  ser superadas  se compreendermos a utilidade da avaliação.

O que realmente acontece na Avaliação psicológica para cirurgia bariátrica:  O psicólogo – especialista em transtornos alimentares – preparará esta pessoa para uma etapa importante em sua vida. A expectativa de uma vida como a de qualquer pessoa e um corpo magro no dia seguinte da cirurgia bariátrica é irreal. Haverá mudanças na rotina que um psicólogo com experiência em transtornos alimentares saberá orientar e preparar esta pessoa. Por isso tão importante quanto a avaliação psicológica para a cirurgia bariátrica é o acompanhamento pós cirurgia.

Requisitos necessários para o psicólogo que fará a Avalição psicológica para cirurgia Bariátrica

  • Entendimento da obesidade como uma doença epidêmica, crônica, dispendiosa, multifatorial e com morbidades e mortalidade elevadas, conforme a OMS;
  • Percepção da intervenção cirúrgica como uma das etapas do tratamento da obesidade;
  • Conhecimento sobre os critérios de indicação para a cirurgia: índice de massa corpórea, co-morbidades, insucesso do paciente em tratamentos anteriores, apoio familiar e avaliação pré-operatória rigorosa;
  • Existência de uma equipe interdisciplinar conhecedora das especificidades próprias da

Específicos

  • Levantamento da história clínica do paciente: estilo de vida, hábitos, costumes, atividades, relacionamentos, pensamentos, sentimentos e comportamentos;
  • Investigação sobre o início da obesidade, padrões familiares, maneiras de lidar com a doença, quantas e quais tentativas buscou para emagrecer, prejuízos causados pela obesidade em sua vida, casos de obesidade na família, auto-estima eimagem corporal, estado de humor, qualidade do sono, vida social e profissional, expectativas quanto ao procedimento cirúrgico;
  • Verificação quanto à presença de compulsões, crises de ansiedade e fantasias acerca do emagrecimento, relação com o alimento e possibilidade de algum transtorno alimentar (compulsão alimentar periódica, anorexia, bulimia), níveis de stress, ansiedade e depressão do paciente;
  • Observação da capacidade de manutenção do controle frente às situações de stress/tensão e de aspectos psicossociais que possam comprometer os resultados;
  • Conhecimento de aspectos que podem inviabilizar o procedimento, cirúrgico: transtornos psicológicos mais graves como Transtorno Bipolar ou Esquizofrenia, Depressão (sem que esteja em tratamento), demais transtornos mentais e dependência química;
  • Considerações sobre a percepção social diferenciada referente aos obesos de sexo masculino e feminino (discriminação e exigência social);
  • Relação entre o comer e os fatores emocionais;
  • Manutenção de conduta cautelosa e de encaminhamento para tratamento anterior à cirurgia quando necessário;
  • Identificação de preditores de sucesso pós operatório;
  • Previsão e disponibilidade para realização de monitoramento da adaptação pós-operatória;
  • Possibilidades de implementação de mudanças nos hábitos de vida permanentes: ajustes nos padrões alimentares, prática de exercícios físicos e demais necessários a cada caso;
  • Importância de se considerar a possibilidade de acompanhamento psicológico pré e/ou pós operatório;
  • Métodos e técnicas psicológicos mais utilizados: Entrevista Psicológica ampla e detalhada, Testes psicológicos como os de personalidade e, eventualmente, de inteligência (em caso de dúvidas sobre habilidade intelectual do paciente.).

Fonte: www.psicosite.com,br


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