A tricotilomania é um distúrbio do controle dos impulsos caracterizado pela crônica tendência a puxar ou arrancar os próprios cabelos. Tem sido caracterizada como um transtorno do espectro do transtorno obsessivo compulsivo. O alvo é direcionado para qualquer tipo de pelo do corpo e geralmente há mais de um foco, como por exemplo cabelos e sobrancelhas. O início pode ocorrer na infância ou adolescência e continuar ao longo da vida. Ansiedade e depressão frequentemente acompanham o quadro. O ato de arrancar os cabelos pode causar sérias falhas nos cabelos, e até mesmo feridas no couro cabeludo.
Além do ritual de arrancamento dos pelos geralmente as pessoas com esse transtorno ficam alisando, enrolando e puxando os pelos alvos. Esse ritual pode ser realizado enquanto se assiste à TV, dirige um carro, fala ao telefone, enquanto lê ou mesmo durante conversas com pessoas mais íntimas. Enquanto se realiza esse ritual a tensão se eleva e um desejo incontrolável de arrancar o pelo se impõe. Após o arrancamento há imediatamente uma sensação de alívio da tensão seguida de culpa por te-lo feito. Muitas pessoas depois de arrancar o cabelo ou os pelôs põem-no na boca e engolem. Logo surge uma região de visível falta de pêlos levando a pessoa a adotar um comportamento para esconde-lo, principalmente quando é na cabeça. Situações que podem expor a calvície como programas em piscinas e praias por exemplo, são evitados. Apesar dos prejuízos pessoais o comportamento continua. Algumas vezes o remorso por ter arrancado o cabelo leva a um comportamento de auto-punição, e como punição arranca-se mais cabelos. Isto forma um ciclo vicioso, em que o mesmo motivo gerador de culpa, é o que causa alívio.
Sabe-se hoje que aproximadamente 4% da população apresenta tricotilomania. As mulheres são 4 vezes mais acometidas do que os homens. O início geralmente se dá antes dos 17 anos de idade. Início precoce é considerado antes dos 6 anos de idade, nessa fase a incidência é igual para ambos os sexos, a intervenção psicológica costuma ser bem sucedida quando o início se dá nessa época. Após os 13 anos é considerado início tardio e nessa fase ocorre mais em meninas sendo de mais difícil controle.
As técnicas comportamentais e os antidepressivos estão entre as condutas que obtêm melhores resultados. A Psicoterapia Cognitivo Comportamental tem técnicas específicas pra trabalhar pensamentos e sentimentos associados ao ato de arrancar cabelos.