Nunca se ouviu falar tanto em medo de dirigir como atualmente, isto porque a vida moderna tem exigido cada vez mais das pessoas e em especial das mulheres.
É muito raro acontecer de homens terem medo de dirigir….muito embora aconteça também. O papel de dona de casa, vem dividindo espaço com trabalho externo, estudos, etc, as mulheres cada vez mais dão conta de uma série de atividades que antigamente simplesmente não existiam, sem falar no aumento do poder aquisitivo das famílias através da renda extra que a mulher traz para casa, possibilitando a compra de mais um carro para a família. Tendo que se dividir entre as atividades de casa e o trabalho, dirigir tornou-se necessidade para a mulher moderna e assim, a busca desta praticidade tornou-se imprescindível. O medo de dirigir vai muito além do que “deixar o carro morrer” ou “não conseguir controlar o veiculo”, tem a ver com acerto e erro, com perfeccionismo, com “o que os outros irão pensar”. Muitas pessoas acometidas pelo medo de dirigir ficam amedrontadas frente ao fato de baterem o carro, machucar alguém e o que os “olhares” das outras pessoas vão pensar. Normalmente as pessoas que tem medo de dirigir querem fazer tudo certo, não admitem que para exercer uma atividade com maestria é preciso cometer erros, para com eles aprender e adquirir experiência. Essas pessoas emitem fuga e preferem não enfrentar a situação e deste modo, o medo continua instalado. O medo de errar gera insegurança, e a insegurança gera evitação, por isto é comum ouvirmos histórias de pessoas que são habilitadas há anos, mas pouco ou nunca dirigiram. Dirigir é um ato de independência que muitas pessoas ainda não estão preparadas para enfrentar. Ser independente assusta, causa a noção de desprendimento do outro, e nem sempre as mulheres estão preparadas para isto. É por isto que em alguns casos apenas as aulas práticas não trazem resultados, pois existem questões importantes além do medo de dirigir que devem ser tratadas em terapia. A terapia cognitivo comportamental trabalha estes medos, elaborando-se uma hierarquia de medos, ensinando técnicas de relaxamento e respiração, fazendo exposição por imaginação frente as situações temidas, e até mesmo, o acompanhamento do psicólogo junto ao paciente no ato de dirigir como forma de ajudar o paciente a se tranquilizar frente as situações que aconteçam, numa exposição in vivo.
Vale ressaltar que o medo de dirigir pode ser apenas a ponta do iceberg, muitas vezes, outros problemas estão acontecendo, e a forma de resposta do indivíduo é muito parecida com a resposta que ele tem frente a dirigir. Ou seja, muitas pessoas que tem medo de dirigir apresentam dificuldades de enfrentar situações nas quais eles estejam sendo avaliados e para tanto, vale fazer uma avaliação para diagnosticar se é um simples medo de dirigir ou há algo além disso.