As vezes dura anos, algumas vezes meses e em outras apenas dias…
Não importa o quanto durou, sempre que o amor acaba para um dos lados, ocorre muito sofrimento e dor.
Perde-se o rumo, “abre-se” o chão, há um sentimento de abandono e rejeição que o indivíduo acredita que nunca será superado, que nunca mais irá amar ninguém como amou esta pessoa que o deixou.
Quem de nós nunca se sentiu assim?
A grande maioria das pessoas busca estar com alguém, um companheiro (a), enfim um par. Acreditam que quando este alguém chegar serão completos, terão encontrado a “metade da laranja” e serão felizes para sempre.
Infelizmente, não é tão simples assim. A busca incessante por um par, pode acabar em uma série de relacionamentos que ja nascem “condenados”, uma vez que as pessoas não se permitem esperar, acabam engatando seguidos relacionamentos com pessoas que são totalmente o oposto daquilo que um dia desejaram, simplesmente porque não conseguem suportar a dor de estar sozinho.
A partir disso cria-se uma fantasia do outro, ou seja, as pessoas passam a enxergar no outro uma série de fatores positivos, de identificação, que na realidade não existem, elas se apaixonam pela própria imagem que criaram do outro.
Com o passar do tempo e a convivência, vai ocorrendo a percepção deste grande deslize, de quanto este par não tem nada haver com aquilo que era no início, e surge a percepção “ele (a)não era assim”. Na verdade era, o apaixonado é que não o enxergava, e um dia a relação acaba.
De alguma forma os dois lados sofrem, mas a realidade para quem está sendo “deixado” é sempre pior, pois há o sentimento de abandono e rejeição. E o que fazer diante desta dor tão imensa e por vezes incapacitante?
O fim de um relacionamento não deixa de ser a representação de uma morte, dos sonhos, projetos e idealizações, e como uma morte real, é preciso viver o luto desta perda emocional, chorar, desabafar, afogar todas as recordações para somente depois ter um renascimento.
Quando a dor é muito forte e a pessoa não consegue voltar a sua vida diária, trabalhar, estudar, sair, se relacionar, é momento de procurar uma psicoterapia para elaboração deste luto e para adquirir auto-estima e habilidades mais funcionais, para que em futuros relacionamentos os mesmos erros não sejam cometidos. É preciso aprender que para viver uma relação saudável e feliz é preciso primeiro “ser uma laranja inteira”, para depois encontrar “outra laranja inteira” que irá apenas complementar e não completar a vida.
A responsabilidade pela felicidade pessoal, é única e exclusiva de cada um. Depositar expectativas irreais nos outros é condenar-se a nunca ser feliz.
Uma constante na rotina dos consultórios de psicologia é esta realidade, de términos de relacionamento ou a relação de dependência que se estabeleceu e desta forma, o sofrimento é imensurável. É necessário recomeçar, conhecer o novo, correr riscos e se permitir viver uma nova vida. Este processo de auto-conhecimento é fundamental para que a pesssoa primeiramente tenha uma boa relação consigo mesmo, para depois poder se relacionar com o outro, conhecendo-se e não se resumindo à dependência do outro.