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Considera-se que nos próximos 15 minutos, apenas no Brasil, 510 mulheres serão abusadas psicologicamente, 153 mulheres serão agredidas fisicamente e 2 mulheres serão mortas por seus parceiros ou ex parceiros. Na nossa economia são mais de 14 milhões de dias de trabalho perdidos por trimestre, com custo de mais de 3 bilhões de reais, fora gastos de previdência social e gastos de saúde.

Um relacionamento abusivo é aquele que em um casal, um dos cônjuges causa dano ao corpo, autonomia, individualidade, dignidade e desenvolvimento da outra pessoa. Como sociedade, por que ainda pensa-se que isto é problema apenas do casal? Não é de ordem privada, mas ainda, pensa-se que é.

Como fazemos isso? Lidamos com os efeitos psicológicos que são efeito do abuso, não intervimos quando vemos um abuso, e proliferamos uma geração que é solo fértil para a ocorrência do abuso.

Lida-se como se fosse problema da mulher, e são 5 os principais efeitos psicológicos:

  1. Eu não observo, mesmo quando todos ao meu redor percebem;
  2. Eu me culpo, e acredito que fiz algo errado e preciso ser punida por isso;
  3. Sinto esperança de que o abuso irá acabar, mesmo sem nenhum sinal evidente;
  4. Não sinto medo, mesmo correndo risco, e a ausência de medo da vítima  não pode ser levada em consideração para a análise de perigo;
  5. Acredito que só acontece comigo;

Não lidar com os efeitos psicológicos como eles são, gera abusos graves e explícitos.

Há várias exigências que precisam ser cumpridas pela vítima por parte do abusador, tais como, só usar determinado tipo de roupa, de corte de cabelo, não tomar banho sem o abusador, por desconfianças de que a vítima tenha tido relações com outras pessoas, e por aí vai….

Situações de  ausência de intervenção social, só aumenta a ocorrência destes fatos. Ao presenciar uma situação de grosseria em público e não se fazer nada, só faz com que a vítima acredite que está errada, pois ninguém faz nada, chegando a desconfiar de sua sanidade.

Enquanto nos preocupamos mais com música alta do que com os gritos de uma violência, haverá abuso.

Tem formas mais sutis de abuso, do tipo, implicar com cor de esmalte, ficar emburrado quando não tem relações sexuais e por aí vai…..E nestes casos, ao reclamar, a mulher é vista como sensível, “louca”, ou com frases do tipo “Ninguém vai te amar como eu”. São exemplos disfarçados de abuso.

E a violência contra a mulher ganha força quando desde pequenos escuta-se frases assim: “Se o coleguinha bate em você na escola, é porque ele gosta de você”. Forma estranha de gostar não? Aprende-se que abuso é amor. Não se pode compactuar com uma cultura que permite que a desigualdade aconteça. A desigualdade de gênero silencia as mulheres, e enquanto compactua-se com isso, favorece-se a eliminação de mulheres. Essas mulheres ficam culpadas, escondidas, perdidas, confusas.

É necessário investir em políticas públicas, terapia individual e de grupos, criação de condições de igualdade de trabalho.

Essas mulheres precisam desenvolver autocompaixão, reduzir a ansiedade, promover saúde, aprender a lidar com o estresse e aprender que abuso não é amor. Ao saber disso, a mulher rompe o ciclo da violência, se coloca como centro de sua vida, e restaura sua saúde mental e sua autoestima. Abuso e violência não são aceitáveis numa relação e se tornam agentes multiplicadores de compaixão, que é olhar para o sofrimento do outro. Precisa-de de compaixão para que elas se sintam acolhidas, amparadas e respeitadas.

O abusador repete esses padrões com outras vítimas. Ele precisa parar de culpabilizar a vítima, precisa reconhecer seu erro humildemente, e parar de minimizar e justificar o abuso.

A OMISSÃO não resolve. Procure ajuda. Procure um profissional.

Fonte: TEDxCentroUniversitárioNewtonPaiva (Pollyana Abreu)


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