Quantos pais em algum momento falaram que os filhos deveriam vir com manual? Porém, ter filhos, além de ser um privilégio, exige muita responsabilidade, que exige uma escola na qual os pais são matriculados automaticamente no momento que os filhos nascem. Segundo Lohr (2003) as experiências que vão sendo vividas na interação com os filhos vão tornando os pais mais habilidosos e equipados em soluções para os problemas gerais, ou seja, a prática pode ir aperfeiçoando a relação, se as partes envolvidas assim o desejarem.
Quando conseguimos fazer uma boa leitura das situações e temos a felicidade de acertar na estratégia escolhida, conseguimos nesta escola da vida, “passar por média”. Mas isto nem sempre ocorre. Há momentos em que, por mais que nos esforcemos, parece que o caminho apropriado não se descortina. São os momentos em que “ficamos de exame” e partimos em busca de recursos que nos ajudem a melhor administrar nossas dificuldades. Ou seja, visando “passar no exame”, saímos em busca de conhecimentos que apontem melhores, ou pelo menos, novas alternativas. Buscamos então, aprender com a experiência dos outros, com conhecimentos teóricos, e quem sabe encontremos caminhos já testados e mais efetivos.
Quando relações produtivas se constroem cedo, os pais deixam de necessitar do manual de instrução de filhos. Percebem que o manual será escrito a quatro mãos e que é justamente esta possibilidade de construção conjunta e não predefinida que torna a relação gratificante para todas as partes envolvidas. Pais que têm uma abertura maior percebem na relação com os filhos uma fonte imensa de prazer e sabem dar às dificuldades o devido peso, fazendo as devidas avaliações e construindo soluções efetivas. Ao desenvolver todo esse processo, e então atingir a solução da problemática, a relação ganha, tanto pais quanto filhos descobrem o prazer de conquistar algo que a princípio lhes parecia difícil, ou mesmo sem solução, e que pela sua persistência tornou-se viável.